Resenha: O corpo dela e outras farras - Carmen Maria Machado


Título: O corpo dela e outras farras 
Autora:  Carmen Maria Machado 
Editora: Planeta dos Livros - Minotauro
Páginas: 240
Compre: Aqui

Uma poderosa coletânea de contos da autora finalista do National Book Award Uma esposa se recusa a remover a fita verde de seu pescoço mesmo após súplicas de seu marido. Uma mulher relata seus encontros sexuais lentamente, como uma praga que consome a humanidade. Uma vendedora descobre algo terrível dentro das costuras dos vestidos de festa de uma loja. Uma cirurgia de redução de peso resulta em um hospedeiro indesejado. Ao mesmo tempo antiquado e sexy, estranho e mordaz, cômico e extremamente sério, O corpo dela e outras farras alterna uma violência brutal e o sentimento mais rebuscado. Em sua originalidade explosiva, essas histórias extrapolam as possibilidades da ficção contemporânea. Carmen Maria Machado derruba as fronteiras arbitrárias entre realismo, ficção científica, comédia, horror, fantasia e fábula. Nesta coletânea de contos provocativa, considerada um Black Mirror feminista, gêneros literários são desafiados em narrativas que mapeiam a realidade das vidas das mulheres e a violência a que são submetidos seus corpos.






Quando recebi esse livro de contos imaginei que o livro inteiro seria uma resenha só, mas assim que acabei o primeiro conto mudei de ideia, são contos tão reflexivos que não consegui ler todos de uma vez. Então vou fazer uma série de resenhas com um ou dois contos por vez.

O primeiro conto "O Ponto do Marido" a protagonista conta história dela, além de ter outros contos dentro do conto, todos com o mesmo propósito falar sobre o consentimento do corpo da mulher.  Como participei de um evento com autora sabia a essência de alguns contos, e esse primeiro tem fatos que só soube depois que ela contou.



Nesse conto a protagonista relata como conheceu seu futuro marido e como desde o inicio ela fala sobre uma fita verde que tem no pescoço e que não permite ele e nenhum homem mexer, e com isso sempre rola os questionamentos do por quê não pode e as tentativas dele de mexer.

E pra quem não sabe (espero que homens possam ler também), vou deixar aqui também o significado de consentimento:
1. manifestação favorável a que (alguém) faça (algo); permissão, licença.
2. manifestação de que se aprova (algo); anuência, aquiescência, concordância.

Só que esse conto vai muito além de um simples conto, a história da fita verde tem toda outra história por trás, que eu particularmente não conhecia até conhecer a autora. Depois pesquisei mais sobre essa história e soube mais sobre o assunto, mas resumidamente, existe a lenda da fita verde e da fitas vermelha.

Da fita vermelha é uma história originaria na época da Revolução Francesa onde as mulheres usavam essa fita para relembrar as pessoas da família que foram mortas na guilhotina.

A fita verde é uma lenda urbana americana que durante toda a vida a mulher usava uma fita verde no pescoço, um dia um homem tirou essa fita verde e a cabeça delas simplesmente despencou.



O conto é para falar sobre consentimento do nosso corpo, até que ponto realmente a mulher tem direito no corpo dela? Quantos homens que acham que o nosso corpo é deles e acha que pode mandar e desmandar quando quiser?


A autora Carmen Maria Machado já foi publicada na Granta, The New Yorker, NPR, Electric Literature e em outros veículos. A autora foi indicada ao prêmio Nebula e ao prêmio Shirley Jackson, foi finalista do prêmio Calvino e National Book Award e vencedora do Bard Fiction Prize, do Lambda Literary Award na categoria Lesbian Fiction e do prêmio John Leonard do National Book Critics Circle. E vou aproveitar e contar uma fofoca aqui pra vocês, ela fechou contrato com a DC Comics para uma HQ desse livro e já promete um livro novo fim do ano lá nas gringas.




Acho que já falei até mais do que pensei, então fica aí a dica desse livro onde só no primeiro conto já foi capaz não só de me ensinar, mas também de debater e repensar sobre o assunto. A nota vai ser primeiramente de cada conto e no último dou a nota geral.





Nenhum comentário:

Postar um comentário