Resenha: Canção de Ninar- Leïla Slimani

Título: Canção de Ninar 
Autora: Leïla Slimani
Editora: Planeta dos Livros Brasil - Tusquets Editores
Páginas: 192
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Quem cuida dos seus filhos quando você não está olhando?
Apesar da relutância do marido, Myriam, mãe de duas crianças pequenas, decide voltar a trabalhar em um escritório de advocacia. O casal inicia uma seleção rigorosa em busca da babá perfeita e fica encantado ao encontrar Louise: discreta, educada e dedicada, ela se dá bem com as crianças, mantém a casa sempre limpa e não reclama quando precisa ficar até tarde.
Aos poucos, no entanto, a relação de dependência mútua entre a família e Louise dá origem a pequenas frustrações – até o dia em que ocorre uma tragédia.
Com uma tensão crescente construída desde as primeiras linhas, Canção de ninar trata de questões que revelam a essência de nossos tempos, abordando as relações de poder, os preconceitos entre classes e culturas, o papel da mulher na sociedade e as cobranças envolvendo a maternidade. Publicado em mais de 30 países e com mais de 600 mil exemplares vendidos na França, Canção de ninar fez de Leïla Slimani a primeira autora de origem marroquina a vencer o Goncourt, o mais prestigioso prêmio literário francês.



"Ela temia os desconhecidos. As que foram inocentemente com que ela trabalha e se constrangiam à menção de uma vida no lar."

Recebi esses dias o livro No Jardim do Ogro em parceria com a editora, antes de começar a leitura dele decidi ler o primeiro livro da autora publicado aqui no Brasil, Canção de Ninar, e foi uma leitura que me surpreendeu muito.

O livro não faz mistério sobre o crime ou a assassino, já que na primeira página e na orelha do livro sabemos que foi a babá Louise que matou as crianças, o foco do livro é nos mostrar os motivos que fizeram ela chegar a esse ponto, além de abordar outros temas muito importante e atuais.



Myriam é advogada, e por causa da gravidez ela decide "dar um tempo" na carreira pra poder se dedicar as crianças, de primeiro momento ela realmente está feliz, até que chega um momento da vida dela que a maternidade não é o único objetivo dela e ela decide voltar a trabalhar.

Myriam e o seu marido Paul mesmo após um discussão sobre a decisão de Myriam decidem entrevistar várias babás, e é aí que surge Louise.

"Minha babá é uma fada. É o que diz Myriam quando fala da aparição de Louise no cotidiano deles. Ela deve ter poderes mágicos..."

Louise pode ser considerada a babá perfeita, muitas vezes foi até comparada a Mary Poppins. As crianças amam ela, e ela ama as crianças, além de fazer muito mais do que só cuidar das crianças, ela também cuida da casa e acaba até cuidando de Myriam e Paul.



A autora conta em uma entrevista que começou o livro e estava de alguma forma achando ele monótono com a vida de uma família da classe média e a babá, até que uma tragédia se tornando uma inspiração para autora e dando um novo rumo para sua história.

O livro foi baseado em uma tragédia de 2012 em New York, onde a dominicana Yoselyn Ortega  matou as duas crianças de que cuidava. Leo tinha 2 anos e Lucia 6. Ela tentou se matar em seguida, sobreviveu e está sendo julgada. Depois dessa mudança o Canção de Ninar ganhou o Prêmio Goncourt de 2016, o mais prestigioso da França.

A autora aborda diversos temas como preconceito de classe e culturas, a relação de poder principalmente entre empregador e empregado, o papel da mulher na sociedade e maternidade. Todos esses temas foram abordados de forma direta e objetiva, o que me fez refletir em muitos deles.



O livro foi todo escrito em terceira pessoa, com pontos de vista alternados entre os personagens, durante a leitura não encontrei erros ortográficos.

A única coisa que não me fez favoritar o livro foi o final, por mais que ela te dê todos os motivos eu queria mais e sinto que ela podia expandir esse livro muito mais.

"Sua mulher parece se encontrar nessa maternidade animal. Essa vida do mundo, longe do mundo e dos outros, os protegia de tudo."

De uma maneira objetiva a autora nos mostra o passado e alguns acontecimentos que levaram ela a fazer isso, nenhum momento a autora justifica a atitude ou "passa pano", mas por diversas vezes ela traz temas muito importante para reflexão.







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