Título: Eu sei por que o pássaro canta na gaiola
Autor: Maya Angelou
Editora: Astral Cultural
Páginas: 336
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RACISMO. ABUSO. LIBERTAÇÃO. A vida de Marguerite Ann Johnson foi marcada por essas três palavras. A garota negra, criada no sul por sua avó paterna, carregou consigo um enorme fardo que foi aliviado apenas pela literatura e por tudo aquilo que ela pôde lhe trazer: conforto através das palavras. Dessa forma, Maya, como era carinhosamente chamada, escreve para exibir sua voz e libertar-se das grades que foram colocadas em sua vida. As lembranças dolorosas e as descobertas de Angelou estão contidas e eternizadas nas páginas desta obra densa e necessária, dando voz aos jovens que um dia foram, assim como ela, fadados a uma vida dura e cheia de preconceitos. Com uma escrita poética e poderosa, a obra toca, emociona e transforma profundamente o espírito e o pensamento de quem a lê.
"Eu tinha quinze anos quando descobri Eu sei por que o pássaro canta na gaiola. Foi uma revelação. [...] pela primeira vez, ali estava uma história que finalmente falava ao meu âmago." - Oprah Winfrey, apresentadora e empresária norte-americana. Trecho do prefácio do livro."Maya escreve de modo a se libertar e a nos ajudar a sermos livres também. [...] Maya Angelou foi uma mulher que não guardou silêncio, expôs suas dores e, ao fazê-lo, fez com que muitas histórias se conectassem e fossem contadas através de suas narrativas." - Djamila Ribeiro, mestre e pesquisadora na área de Filosofia Política. Trecho da orelha do livro.
"Se crescer é doloroso para uma garota negra sulista, ter noção de seu deslocamento é o enferrujado da lâmina que ameaça a garganta. É um insulto desnecessário."
Acho que nunca vou está preparada para ler um livro como esse. Desde o começo eu sabia que era um autobiografia da Maya Angelou, sabia superficialmente da história de vida dela, mas entrar de cabeça e saber alguns detalhes foi um golpe certeiro e muitas coisas eu não imaginei chegando.
Maya Angelou faleceu em 2014 aos 86 anos e era escritora, atriz, cantora e poetisa e tem um total de sete autobiografias. "Eu Sei Porque "O Pássaro Canta na Gaiola" é a primeira autobiografia escrita por uma autora negra e foi lançado pela primeira vez em 1969, ela foi ativista dos direitos civis dos negros, lutou ao lado de Malcolm e Martin Luther King JR.
“A mulher negra é agredida nos anos jovens por todas essas forças comuns da natureza ao mesmo tempo em que fica presa no fogo cruzado triplo do preconceito masculino, do ódio branco ideológico e da falta de poder Negro.”
O livro conta a história Marguerite Ann Johnson (Maya Angelou) ainda na infância. O livro começa com ela com 3 e seu irmão Bailey com 4 anos, após a separação dos pais foram morar com sua avó que eles chama de Moma e o tio Willie em Arkansas. Maya e seu irmão Bailey eram inseparáveis, a amizade deles era linda e mesmo com altos e baixos acho que até o momento que o livro termina foi a parte bonita da vida dela.
Momma sua avó paterna é uma mulher forte e independente, ela possui um mercado na cidade de Stamps no Arkansas que atende aos negros e muitas vezes também empresta dinheiro aos brancos. Maya junto com seu irmão além de estudar, ajudam no mercado e participam de atividades religiosas, já que sua avó tem um fervor religioso muito grande.
Quando tudo parece entrar em uma rotina o pai deles reaparece, ela agora está com 8 anos e faz a vida deles virar de cabeça para baixo. O pai os leva para morar com a mãe e de primeiro momento Maya não consegue sentir aquela conexão entre mãe e filha, durante esse período de conexão e redescoberta entre elas, o padastro de Maya a estupra e esse fato vai mudar sua vida para sempre.
"O ato de estupro em um corpo de oito anos é questão da agulha deixar o camelo passar pelo seu buraco por não ter outra opção..."
Eu sei por que o pássaro canta na gaiola aborda temas como segregação racial, abuso, preconceito, sexismo. Com uma escrita fluída e poética Maya consegue te fazer sentir de uma forma única diversos sentimentos. A capa desse livro foi amor a primeira vista, durante a leitura não encontrei erros ortográficos e a diagramação eu achei ótima. Adorei que no final do livro tem algumas perguntas que servem tanto para um Clube do Livro como também para auto reflexão.
Eu queria muito falar de todo o livro, mas não posso. Por mais que o livro retrate uma época que pode se dizer "antiga", ele é ainda tão atual. O racismo que muitos dizem não existir está tão presente no nosso dia a dia, e ler esse livro me entristeceu, porque por mais que tenha passado décadas, parece que a gente não evolui.
Conhecer as história da Maya me machucou muito, eu imaginei que fosse um livro intenso, mas nada me preparou para o que eu realmente li. Esse livro me fez repensar muitas coisas e me deixou curiosa para conhecer toda a vida dela, já que esse livro foi só o começo. Nada que eu fale aqui vai ser suficiente para o impacto que esse livro fez em minha vida.
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