Autora: Donatella Di Pietrantonio
Editora: Faro Editorial
Páginas: 160
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Considerado um dos grandes romances da Itália, onde vendeu mais de 250 mil exemplares, com direitos negociados para mais de 25 países, e adaptações no teatro e no cinema, a autora Donatella Di Pietrantonio traz uma história sensível e emocionante. Aos 13 anos, uma garota é levada do lar abastado onde vive para uma casa estranha e com pessoas que dizem ser seus pais e irmãos. Na pequena cidade italiana todos conhecem sua história: ela é a criança que os pais naturais, pobres e de família numerosa, “deram” a um parente que não podia ter filhos e que este a devolveu quando a menina frequentava o ensino médio, não por maldade, mas porque a vida pode ser mais complexa do que imaginamos e nos força a fazer escolhas dolorosas. Ela era a devolvida. Sentia-se como uma estrangeira na nova casa e, desde então, a palavra “mãe” travara em sua garganta. Privada até de um adeus por aqueles que sempre acreditou serem seus pais, ela se vê incrédula ao enfrentar o sofrimento de ser abandonada novamente de forma repentina. “Minha vida anterior me distinguiu, me isolou na nova família. Quando voltei, falava outra língua e não sabia mais a quem pertencia”. Forçada a crescer para reintegrar-se ao seu núcleo original, ela vive uma sensação de subtração, de gente esvaziada de significado, e nos ensina em meio à dor como encontrar sentido quando tudo parece desmoronar.
A Devolvida vai contar a história de uma garota que tem sua vida mudada do dia para noite. Os pais adotivos que eram a única referência de família que ela tinha a devolvem para os pais biológicos, simplesmente de um dia para o outro e sem nenhuma explicação. Acostumada com uma vida estável, ela precisa agora se adaptar a viver na pobreza e a chegar em uma casa que não é bem-vinda por muitos ali."Eu era a devolvida. Não conhecia quase ninguém ainda, mas eles já sabiam bastante a meu respeito."
A vida dela se transforma abalando de todas as formas, nem todos os irmãos naquela casa a aceitam, os pais não são presentes em sua vida como os outro eram, e além de ter de conviver com as fofocas de uma cidade pequena.
O livro gira em torno do drama familiar nos deixando triste pela situação porque parece que a tratam como um objeto onde pegam e devolvem quando querem, além de deixar ela sem nenhuma resposta do motivo que estão fazendo isso. Ela até tenta o contato com a mãe adotiva, mas em nenhum momento se comunica de verdade com ela.
Meio em toda essa turbulência ela acaba criando um elo lindo com sua irmã Adriana, que é a única ali que parece realmente querer acolhê-la, mesmo com a pouca idade Adriana cria um elo protetor com a irmã, ajudando ela a enfrentar alguns dos obstáculos.
Não sei se reparou, mas em nenhum momento eu falei o nome da personagem principal. Pois é, eu também não sei, já que a autora escreveu o livro todo sem citar o nome dela, e por incrível que pareça isso não atrapalha nem incomoda a leitura, já que senti que a história "conversava" comigo.
O livro foi escrito todo em terceira pessoa, todo pelo ponto de vista da personagem principal e com capítulos curtos, é aquela leituras que vai fluir e quando você repara já acabou. Acho que nem preciso falar da capa e diagramação da Faro que como sempre é um caso de amor à parte.
Tenho tanto aqui para falar desse livro, que mesmo em cenas que poderiam ser consideradas polêmicas a autora conseguiu conduzir tudo com tanta delicadeza que em nenhum momento me vi condenando as atitudes da personagem principal, diferente dos pais que condenei por muitas vezes, até depois que a verdade foi revelada o julgamento ainda existiu. Mesmo nas cenas mais pesadas a autora conseguiu deixar o livro leve.
A Devolvida é um livro com uma carga pesada, mas de leitura fluída. O livro tem várias cenas que vai te deixar pensativo, principalmente por causa das diferenças de classes sociais e a forma que a personagem era tratada e lidava com tudo aquilo.
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