Título: Flores para Algernon
Autor: Daniel KeyesEditora: Aleph
Páginas: 288
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Uma cirurgia revolucionária promete aumentar o QI do paciente. Charlie Gordon, um homem com deficiência intelectual grave, é selecionado para se o primeiro humano a passar pelo procedimento. Em um avanço científico sem precedentes, a inteligência de Charlie aumenta tanto que ultrapassa a dos médicos que planejaram o experimento. Entretanto, Charlie passa a ter novas percepções da realidade e começa a refletir sobre suas relações sociais e até sobre o papel de sua existência.
"Inteligência sem a habilidade de dar ou receber afeto leva a um colapso mental e moral, para neurose, e possivelmente até para psicose”
Antes de começar a resenha preciso saber: por que não traduziram esse livro antes?
Esse livro é maravilhoso, não tem como não sentir diversas emoções durante a leitura. Sabe aquele livro que deveria ser leitura obrigatória, e que deveria fazer parte da grade curricular? É ele!
O livro conta a história de Charlie, um homem de 32 anos que tem uma deficiência intelectual grave, o que faz dele uma pessoa com pouco conhecimento das maldades do mundo, a inocência dele chega a ser maior que de uma criança, além de não conseguir absorver conhecimentos. O maior desejo de Charlie é ser "intelijente" o que torna ele uma cobaia fácil para o experimento.
"Tenha paciência. Não se esqueça de que está realizando em semanas o que outros demoram uma vida inteira. Você é uma esponja gigante absorvendo conhecimento. Logo vai começar a conectar as coisas, como degraus em uma escada gigante. E você vai subir cada vez mais alto para ver cada vez mais do mundo ao seu redor."
O livro num primeiro momento pode até parecer estranho, já que o início dele é cheio de erros ortográficos, mas é assim que conhecemos o Charlie, a gente vai conhecer ele não só pela sua inocência, mas também pela sua escrita. No decorrer do livro assim como Charlie evolui, a escrita dele também muda e acompanhar isso ao mesmo tempo que aquece o coração te mostra o quanto ele passou por coisas que você nem imaginava.
"...Se a sirugia funcionar vou mostrar praquele rato que posso ser tão intelijente quanto ele até mais. Então vou poder ler melhor e iscrever as palavras bem e saber um monte de coizas e ser que nem as outras peçoas. Nossa isso ia surprender todo mundo."
Eu estava pronta pra ler um livro com uma escrita complicada, cheio de palavras difíceis e termos científicos, adoro esse tipo de leitura. Mas Flores para Algernon vai muito além de um livro de ficção científica, é um livro pra vida, pra te fazer pensar, repensar, rever conceitos, valores e acima de tudo te fazer sentir.
Em diversos momentos meu coração apertou pelo Charlie, aquela vontade de proteger e cuidar sempre esteve presente e mesmo após a cirurgia ser um sucesso, e muitas vezes achando algumas atitudes dele "erradas" eu conseguia compreendê-lo.
"O que você sabe sobre isso? Escute, as melhores delas foram presunçosas e condescendentes, usando-me para parecer superiores e seguras em suas próprias limitações. Qualquer um pode se sentir inteligente ao lado de um imbecil."
Acho que nada que eu fale nessa resenha vai te preparar pra esse livro, é impossível você terminar a leitura e não sentir nada. Acho que pelo contrário, você vai sentir tantas emoções que mesmo dias após a leitura ainda vai se pegar pensando nesse livro.
O livro foi escrito em primeira pessoa pelo ponto de vista do Charlie, o livro é escrito como uma espécie de diário o que nos faz sentir ainda mais ligado ao personagem. Durante a leitura não encontrei erros ortográficos, além do necessário no início do livro, além de eu ter amado a capa.
Esse livro do Daniel Keyes foi publicado pela primeira vez como um conto em 1959, que inclusive ganhou o prêmio Hugo. Após ele transformar esse conto em livro, além de ganhar o prêmio Nebula, ele também inspirou ao filme mundos de Charly que ganhou o Oscar de melhor autor e também um musical da Broadway.
"Até um homem de mente fraca quer ser como os outros homens. Uma criança pode não saber como se alimentar, ou o que comer, mas ela conhece a fome."
O livro é leitura obrigatória nas escolas dos EUA, e acho que deveria ser no mundo inteiro. A forma que esse livro nos desperta empatia e nos mostra as coisas de outra forma é fantástico e essencial pro mundo que vivemos.
Flores Para Algernon é aquele livro que pode passar anos e ainda vai ser uma leitura emocionante e impactante. A tantos temas nele para serem discutidos e refletidos, é impossível não enxergar de uma forma diferente as coisas ao nosso redor, as pessoas, as fragilidades da vida, os julgamentos que fazem e fazemos. Um livro que nos mostra o quanto falta empatia na gente, no mundo!
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