Resenha: A Boa Filha - Karin Slaughter

Título: A Boa Filha
Autora: Karin Slaughter
Editora: Harper Collins Brasil
Páginas: 464
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Quando eram adolescentes, a vida tranquila de Charlotte e Samantha Quinn foi destruída por um terrível ataque em sua casa. Sua mãe foi assassinada. Seu pai um famoso advogado de defesa de Pikeville, Geórgia ficou arrasado. E a família foi dividida por anos, para além de qualquer conserto, consumida pelos segredos daquela noite terrível. Vinte e oito anos depois, Charlie seguiu os passos de Rusty, seu pai, e se tornou advogada, mas está determinada a ser diferente dele. Quando outro caso de violência assombra Pikeville, Charlie acaba embarcando em um pesadelo que a obriga a olhar para trás e reviver o passado. Além de ser a primeira testemunha a chegar na cena, o caso também revela as memórias que ela passou tanto tempo tentando esconder. Agora, a verdade chocante sobre o crime que destruiu sua família há quase trinta anos não poderá mais permanecer enterrada e Charlotte precisa se reencontrar com Samantha, não apenas para lidar com o crime, mas também com o trauma vivido.





“Os olhos dela travaram nos dele. O silêncio que seguia a ameaça foi ensurdecedor. Sam não podia desviar o olhar. O medo passava como navalha pelo coração dela. Nunca na sua vida conhecera alguém tão cruel, tão profundamente desalmado.”

O primeiro livro que li da Karin Slaughter foi Flores Partidas, e até hoje mesmo após anos ele ainda é um dos meus favoritos da vida, e sabendo do potencial da autora comecei A Boa Filha com as expectativas lá em cima e não me decepcionei, porém, em hipótese alguma posso comparar esse livro com Flores Partidas, justamente por terem abordagem totalmente diferentes.

Em A Boa Filha vamos conhecer as irmãs Charlotte e Samantha Quinn. O livro tem como início o ano de 1989, na cidade de Pikesville, Charlotte e Sam vivem com a mãe Gamma, uma mulher pra lá de inteligente e de Rusty, um advogado conhecido como a mão direita de Satanás, essa fama se deu por ele pegar casos "perdidos", ele é advogado de defesa das pessoas que ninguém quer defender. Após um incêndio na casa onde moravam, eles estão tentando reconstruir a vida.

“O disparo da espingarda tinha aberto o peito, o pescoço e o rosto dela. O lado esquerdo do queixo tinha desaparecido...”

E nesse momento que o livro realmente começa, logo no prólogo a autora nos mostra uma crueldade sem limites com essa família, após verem sua mãe sendo assassinada elas são levadas para o meio do mato e lá o pesadelo delas continua. Esses eventos fez a família ser totalmente destruída e acabou sendo também dividida.

Após esse prólogo brutal o livro dá um salto de vinte e oito anos, onde cada uma das irmãs vivem sua vida uma longe da outra e sem nenhum contato. Charlotte hoje segue os passos do seu pai Rusty, porém de uma forma diferente, já sua irmã Sam que mudou de estado e tem uma vida totalmente sem contato nenhum com a irmã e o pai, porém um crime acontece e Charlotte é uma das testemunhas no local, fazendo não só ela reabrir feridas, como tendo que enfrentar também seus medos e ao mesmo tempo reencontrar sua irmã, pessoa essa que ela não sabe como lidar.
“Sempre preferi os loucos aos estúpidos. Um estúpido pode partir seu coração...”
Karin mais uma vez me surpreendeu, logon no início do livro eu senti como se tivesse lendo algo de outra pessoa, porque não lembrava da Karin ser tão brutal como estava sendo. Eu imaginei que o prólogo estava me destruindo, mas Karin tinha suas cartas na manga e a cada capítulo ela foi me surpreendendo e me provando o porquê é uma das minhas autoras favoritas.



A Karin tem uma forma de escrever onde mesmo descrevendo detalhes ela não deixa a história massante, muito pelo contrário, ela sempre deixa aquele gostinho de quero mais.

Com um livro todo escrito em terceira pessoa e com pontos de vistas alternados entre Sam e Charlotte e com alguns flashbacks, a autora consegue fazer você entrar na história e se conectar com os personagens, todos os seus medos e suas dores. Além de também de dar vida aos personagens secundários, fazendo a história ainda mais real.

Diferente de Flores Partidas onde o foco principal era o suspense, esse além do suspense ela também trouxe temas  fortes e difíceis, entre eles: família, perdão e a superação. A autora ainda faz uma crítica a polícia, não algo simples ou pra ficar nas entrelinhas, mas algo realmente capaz de mostrar o despreparo dos policias, além da forma que eles julgam as vítimas antes de ouvir qualquer coisa.



A Boa Filha é aquele livro que não sei se sou capaz de indicar para todos, justamente pela forma brutal e visceral que a autora escancarou a realidade. Sempre que eu indico Karin recomendo que leia primeiro Flores Partidas, porque ele é um caminho sem volta para virar fã da autora.

Um livro que me trouxe a tona diversos tipos de reações, desde a raiva até a tristeza que senti por cada irmã e pelo pai também, que se viu em meio a corda bamba por ver a família se destruindo e não tendo o que fazer, ao mesmo tempo se entregando a destruição. Sem dúvida esse livro foi um dos melhores do ano, justamente por trazer à tona diversos sentimentos.






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