Resenha: No Jardim do Ogro - Leïla Slimani

Título: No Jardim do Ogro 
Autora: Leïla Slimani 
Editora Planeta dos Livros 
Páginas: 192
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O aguardado novo livro da autora de Canção de Ninar Adèle tem a vida perfeita: é uma jornalista de sucesso em Paris, onde vive com seu marido cirurgião e seu filho pequeno em um lindo apartamento. Mas, debaixo da superfície, ela está entediada com seu trabalho e seu casamento – e consumida por uma necessidade insaciável de sexo a qualquer custo. Movida menos pelo prazer que pela compulsão, ela organiza seu dia em torno de casos extraconjugais, chegando atrasada ao trabalho e mentindo para o marido, até se enredar definitivamente em sua própria armadilha. No jardim do ogro é um romance visceral sobre um corpo escravizado por seus impulsos, o vício sexual e suas consequências implacáveis.








"Ela quer ser apenas um objeto no meio de uma horda, ser devorada, chupada, engolida inteira... Quer ser uma boneca no jardim de um ogro." 

Esse é o segundo livro que leio da Leïla Slimani, e assim como o anterior, ela já mostra para que veio logo nas primeiras páginas.

Esse livro vai contar a história de Adèle, uma mulher de 37 anos, jornalista, que mora em Paris junto com seu marido Richard que é médico cirurgião e com seu filho pequeno. Aparentemente uma família perfeita, só que Adèle é compulsiva sexual, então tudo que ela vive é uma farsa. Por causa dessa compulsão Adèle organiza seu dia e suas mentira para casos extraconjugais, formando aí uma rede de mentiras que está deixando-a cada vez mais na corda bamba.



De primeiro momento eu não consegui me conectar com Adèle, mesmo sabendo que essa compulsão é uma doença. Me conectar com Adèle demorou um pouco, mas a autora consegue aos poucos nos envolver com os personagens tornando eles mais humanos, e com isso sentir os medos dela e a tristeza. Além de lidar com a compulsão sexual Adèle acaba tendo que lidar também com sua compulsão alimentar, senti que como uma forma de penitência que ela fazia isso, além disso Adèle também mostra as dificuldades que ela tem na maternidade.

"Adèle fez um filho pela mesma razão que se casou. Para pertencer ao mundo e se proteger de qualquer diferença com os outros. Ao se tornar esposa e mãe, ela se cercou de uma aura de respeitabilidade que ninguém pode lhe tirar. Construiu para si um refúgio para as noites de angústia e um recuo confortável para os dias desregrada."

Richard em nenhum momento me encantou, mesmo antes de muitas bombas surgirem, o comportamento dele machista me tirava do sério e é como se eu sentisse que não podia confiar nele. Mas realmente eu acabei o livro sem saber o que sentir por ele, porque ao mesmo tempo que senti empatia e entendi diversos sentimentos dele, muitas atitudes me fizeram ter raiva, então diferente de Adèle que demorei para criar empatia e a autora foi construindo isso, Richard até agora não sei que sentimentos tenho por ele.

No Jardim do Ogro está aí para mostrar as dificuldades da compulsão sexual, que diferente de muitos livros que lemos onde isso é normalizado como algo bom, aqui a autora destrincha a verdade e mostra o quanto isso é difícil para quem lida com a doença e até mesmo para quem convive com a pessoa.



O livro foi todo escrito em terceira pessoa e um pouco mais da metade focado no ponto de vista de Adèle, após tivemos alguns pontos de vista intercalados entre Adèle e Richard. Eu amei a capa principalmente por manter um padrão com Canção de Ninar.

Não posso mentir que desde o início criei uma grande expectativa com esse livro e inclusive tentei comparar com Canção de Ninar. Eu gostei muito de No Jardim do Ogro, mas não posso negar que Canção de Ninar é meu xodó, e acredito que por causa dessa expectativa minha nota acabou sendo 3,5 estrelas.



No Jardim do Ogro foi o primeiro livro publicado pela autora e seu segundo publicado aqui no Brasil pela editora Planeta de Livros Brasil. Em ambos seus livros a inspiração veio de algum caso real, saber que esse livro veio de casos reais deixa tudo ainda mais cru na leitura, é como se a gente sentisse as coisas de uma forma totalmente diferente.

É um livro que recomendo para todos, e que se possível não criem expectativas em um livro parecido como Canção de Ninar. Aqui temos personagens reais e uma realidade difícil, aqui o príncipe encantado não encontra a princesa.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/05/leila-slimani-busca-ser-atemporal-em-romance-sobre-mulher-viciada-em-sexo.shtml





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